A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal calcula em cerca de 60 mil o público na Esplanada dos Ministérios durante a manhã desta quarta-feira. Destes, entre 45 mil e 50 mil assistiram ao desfile militar. O público da marcha foi estimado pela secretaria em 12 mil --sendo que parte dele assistiu ao desfile e se integrou ao protesto depois.
Uma estimativa de público diferente foi feita pelo comando da Polícia Militar no local, que chegou a falar em 100 mil pessoas na marcha e no desfile militar. Essa estimativa foi considerada superestimada pela secretaria.
Apitos, máscaras, nariz de palhaço e caras pintadas de preto foram os símbolos escolhidos pelos manifestantes para protestar contra a corrupção no país. As faixas carregadas ao longo da marcha falam de corrupção em geral e do caso específico da deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF), livrada da cassação pelos colegas no fim do mês passado.
O protesto saiu do Museu da República e caminhou até o Congresso Nacional, ou seja, de um ponto a outro da Esplanada dos Ministérios. Jovens representam a maior parte dos manifestantes, mas também há crianças e idosos.
O presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Ophir Cavalcante, comparou o movimento às Diretas-Já e aos protestos pelo impeachment do então presidente Fernando Collor.
"Essa é uma forma de dizer que país queremos, com moralidade e justiça. É um grito que precisa ser ouvido (...) A classe média saiu de casa e veio para a rua. Foi assim com as Diretas-Já e com o impeachment. É assim que começa", disse durante a marcha.
Junto da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) e da ABI (Associação Brasileira de Imprensa), a OAB lançou um manifesto em que apoia o movimento popular e destaca a necessidade de aprimoramentos nos Três Poderes. Entre eles, a aplicação da Lei da Ficha Limpa e a transparência nos gastos do Executivo federal.
Folha
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