Por mais que se diga que ainda é cedo para debater as eleições municipais sabe-se que no Acre política é assunto popular e alguns nomes estão sendo colocados no tabuleiro. O que me chama a atenção positivamente é o fato do surgimento de alguns possíveis jovens candidatos tanto na Frente Popular quanto na oposição. Se essa tendência se confirmar nos próximos meses poderemos ter nas eleições de 2012 uma saudável renovação de lideranças no Estado.
Um deles com enorme possibilidade de disputar o pleito da prefeitura de Cruzeiro do Sul é o professor universitário Marcelo Siqueira do PT. Todo mundo sabe que o partido que governa o Acre precisa urgente de uma renovação dos seus quadros de lideranças no Vale do Juruá. Com 30 anos de idade, Marcelo é formado em enfermagem e já trabalhou com saúde pública tanto na prefeitura quanto no Governo do Estado. Tem uma família numerosa na região e tem se destacado como um dos professores mais atuantes da Universidade da Floresta (Ufac).
Não há duvida de que o seu adversário natural, o atual prefeito Wagner Sales (PMDB), que afirma não ser candidato, é um experiente político com anos de estrada. Mas qualquer eleição começa sempre zero a zero. Então é prematuro garantir um resultado antes da campanha e da abertura das urnas. De qualquer maneira seria uma vitória para o PT de Cruzeiro do Sul lançar alguém que tem todas as condições de se tornar uma novidade na eleição. Nesse caso, o resultado seria apenas um detalhe.
Em Rio Branco, os dois nomes mais comentados para serem candidatos à sucessão de Raimundo Angelim (PT), na FPA, são os da deputada Perpétua Almeida (PCdoB/AC) e do deputado Sibá Machado (PT-AC). Mas existe uma corrente que defende o deputado estadual e o primeiro secretário da Aleac, Ney Amorim (PT) como candidato em 2012. O nome do jovem parlamentar de 32 anos significaria um claro recado da FPA da sua intenção de renovar as suas lideranças.
Ney Amorim já foi líder do PT, na Aleac, na legislatura passada. Atualmente tem a grande responsabilidade de participar como segundo nome mais importante da gestão administrativa da Casa Parlamentar acreana. Tem habilidade política e carisma pessoal. Com a ajuda das grandes lideranças da FPA, Ney Amorim, teria condições de se habilitar para a difícil disputa do pleito de 2012.
O importante, depois do resultado eleitoral de 2010, é mostrar a capacidade da FPA de se reinventar. O desgaste de 12 anos de gestão do Estado e oito da Capital é natural. Para conseguir manter a sua hegemonia política precisará de um discurso renovado e, sobretudo, uma remobilização da sua militância. Ney Amorim tem condições de simbolizar essa nova verve do grupo político.
Oposição - Por outro lado, a oposição não tem apresentado ao eleitorado nomes de jovens de destaque para promover a sua renovação. Nas suas últimas disputas majoritárias os oposicionistas centraram as suas expectativas em três personagens: Tião Bocalom (PSDB), deputado federal Márcio Bittar (PSDB-AC) e o senador Sérgio Petecão (PSD-AC). Bocalom e Bittar querem a vaga para a disputa da Prefeitura de Rio Branco.
Existe ainda o fator determinante da vontade do deputado federal Flaviano Melo (PMDB-AC). O parlamentar ainda não se manifestou sobre a disputa da Capital. A tendência no momento é indicação do ex-deputado federal João Correia (PMDB). Mas uma importante fonte peemedebista me revelou que o presidente da Juventude do partido, o advogado Eduardo Ribeiro, de 26 anos, tem chances significativas de ser o indicado. Ele faz parte de uma família de políticos e tem posições bastante avançadas em relações ao atual momento do Estado.
Eduardo Ribeiro poderá ser a opção de uma volta do 15 às ruas depois da tentativa frustrada de lançar o nome do vereador Rodrigo Pinto (PMDB) ao Governo, em 2010. Aliás, acho que se Rodrigo Pinto tivesse saído da disputa majoritária e se mantido em silêncio teria todas as chances de ser o candidato natural do PMDB para a disputa majoritária na Capital. Mas qualquer tentativa do jovem vereador de voltar à cena principal das eleições em 2012 irá esbarrar na sua pífia votação para deputado esta-dual na última disputa.
A renovação é natural e necessária em qualquer processo político. A função de uma eleição é justamente a de descobrir personagens capazes de refletirem a vontade popular. Num Estado em que a maioria da população é jovem será uma questão de bom senso dar oportunidades a novas lideranças que possam pensar num Acre do futuro, agora mesmo, no presente.
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