quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Matias, artista das ruas e do povo


Dos seringais do Vale do Juruá (Tarauacá) até sua participação em movimentos sociais em Rio Branco, como teatrólogo, José Marques de Sousa, o Matias, contribuiu com os movimentos sociais no Acre, utilizando o teatro para denunciar e reivindicar melhores condições de vida para as comunidades menos favorecidas. 

De seringueiro a teatrólogo, Matias, influenciou a vida das pessoas que com ele tiveram contato, das mais simples que mudaram suas histórias de vidas através do trabalho desenvolvido com o teatro, aos artistas e também os intelectuais.

Matias foi um dos maiores representante do ativismo cultural no Acre. Sua história como teatrólogo se confunde com a do Teatro Barracão, foi a partir dessa rica vivência, entre o movimento social e a cultura popular, que Matias criou o grupo de teatro De Olho na Coisa, além de contribuir para o fortalecimento do movimento cultural no Acre.

Desenvolveu ações na área do teatro popular, com o objetivo de formar profissionais e consciência sócio-política ambiental, trazendo nas muitas peças que criou uma abordagem crítica da realidade social. Iniciou em 1979 um movimento organizando grupos de teatro que realizavam apresentações gratuitas, reunindo jovens e instituições religiosas. Após uma pausa em seus trabalhos, Matias passou a se empenhar em movimentos populares e políticos embora tenha voltado mais tarde para o teatro. Seus trabalhos sempre foram baseados no teatro denúncia, como as peças: Tributo a Chico Mendes e Clamor da Floresta.  

Fonte: Agência de Notícias do Acre




SOBRE O MATIAS




Matias como é conhecido José Marques de Souza, foi um dos fundadores das Comunidades Eclesiais de Base (CEB's), em Rio Branco e também do Partido dos Trabalhadores no Acre. Ele criou o grupo de Teatro 'De Olho na Coisa' e do Teatro Barracão, que promovia cultura popular para toda a comunidade. A partir da década de 70 através do teatro denunciava as mazelas que seu povo sofria, sem se importar com o palco... que muitas vezes era o ônibus, as praças, a igreja... e os protagonistas, assim como ele, só representavam a realidade vivenciada. Junto com Abrahim Farhat, João Eduardo e outros companheiros, Matias colaborou na ocupação de toda a região que hoje é chamada de Baixada. Através da arte e cultura popular articulou e ajudou a libertar e devolver a dignidade a muitas das famílias expulsas dos seringais que vinham para a cidade e não tinham onde morar.
Matias faleceu aos 61 anos de idade, em abril de 1997.

Mayra de Sousa Galdino

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