Fonte: Habitante e Habitat
Cleunilde Silva dos Santos
O bairro Boa Vista é mencionado como um dos menores do município, sua extensão é de 175.220 m² e situa-se próximo aos bairros Sobral, Plácido de Castro e Invasão da Sanacre. A origem do nome Boa Vista, de acordo com alguns moradores, está ligada ao fato do mesmo estar localizado na parte mais alta da Baixada do Sol.
Conforme descrito na obra Estudo do Território do Acre 2004, a Fazenda Sobral foi adquirida em 1943 pelo Governo Territorial, que tinha como objetivo aproveitar a mão-de-obra dos seringueiros, em sua maioria, vindos dos seringais para a cidade de Rio Branco, em virtude da falência da atividade da extração do látex da borracha. Esta fase é representada também, pelo plano de colonização que se inicia nos municípios do Território do Acre. O lema era aumentar a produção agrícola viabilizando o seu funcionamento.
Esse plano teve sua efetiva implementação somente em1947, época em que essas terras foram compradas pelo Governo Estadual e divididas em lotes.
Com o passar dos tempos, essas áreas destinadas à agricultura e pecuária, principalmente em Rio Branco, foram transformadas em novos bairros que, a partir da década de 1970,tenderiam a crescer com a vinda de ex-seringueiros em busca de melhores condições de vida na cidade.
O bairro Boa Vista surgiu nesse contexto. Conforme depoimento de nossa entrevistada e matéria jornalística noticiada pelo jornal O Rio Branco, de 1990, sua ocupação com ares “urbanos” iniciou-se em 1984, com o auxilio do Governo Estadual.
De acordo com o levantamento bibliográfico e depoimentos, a atual área do bairro Boa Vista esteve interligada por duas colônias agrícolas: a Fazenda Sobral e Colônia Cunha Vasconcelos, que se separavam pela atual localização da rua Carlos Lopes, estando à esquerda da Estrada da Sobral até a Rua da Torre em direção ao bairro – (Fazenda Sobral); da Rua Carlos Lopes no sentido Centro da cidade até as proximidades da Escola João Paulo– (Colônia Cunha Vasconcelos). Ambas as colônias agrícola estiveram formas diferenciadas de ocupação.
O bairro iniciou-se com apenas três ruas, rua do Operário, rua Nabor Júnior e Coronel Gualter. Hoje, é constituído por cerca de 16 ruas, algumas delas destacam-se pelo fato da relação entre seus nomes e antigas famílias proprietárias; são exemplos, a rua Lúcia Assem, nome da primeira proprietária de terras da Colônia Cunha Vasconcelos, a rua Carlos Alberto Lopes, João Amâncio e Travessa Dorela Vasques, todos familiares do segundo proprietário.
Outras ruas têm origem em nomes de personalidades políticas ou de outro fato acontecido na comunidade, caso, da rua Nabor Júnior (Governador da época), rua Coronel Gualter, homenageado por ter contribuído na desapropriação e ocupação da antiga área pertencente à Fazenda Sobral, e ainda a Rua da Torre, homenagem a primeira estrutura montada responsável pela transmissão dos programas da Rádio Difusora Acreana.
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