Fonte: Habitante e Habitat
José Erivan Gomes Cavalcante
Maria Iracilda Gomes Cavalcante Bonifácio
Ayrton! Ayrton! Ayrton Senna do Brasil!
Era assim que Galvão Bueno sempre encerrava os grandes prêmios de Fórmula 1 quando o notável brasileiro, maior campeão nacional da categoria, cruzava a linha de chegada. Era uma emoção. Milhões de brasileiros na frente da televisão, torciam ao ver a bandeirada marcando mais uma vitória do “herói nacional”,
Ayrton Senna. Como esses brasileiros, os moradores de uma localidade que se fazia expansão do bairro Sobral também torciam pelo piloto.
O domingo de 1º de maio de 1994 era para ser mais um feriado do Dia do Trabalhador. Muitas pessoas se acomodavam em frente à televisão, enquanto esperavam o início do Grande Prêmio de Fórmula 1, em Ímola. Milhões de brasileiros torciam por mais uma vitória de Ayrton Senna, que tinha acabado de trocar a McLaren, onde ganhou seus títulos na F-1, pela Williams, a então potência da categoria.
Mas o sonho da vitória foi despedaçado na curvaTamburello. Os brasileiros que acompanhavam atônitos pela televisão não acreditavam no que estava diante de seus olhos. Uma batida a mais de 300 Km/h tirou a vida do tricampeão mundial. A morte de Senna chocou o país.
Assim como a morte do campeão Ayrton Senna consternou também vários brasileiros, marcou de forma definitiva os moradores da expansão do Sobral que, aos poucos começavam a erguer seus casebres, em busca de, um dia, também, serem campeões, de conseguirem uma vitória bem simples: realizar o sonho da casa própria e de proporcionar uma moradia digna para os filhos.
Entre sonhos, tristezas e lutas, os moradores dessa área, na época, recém ocupada, resolveram homenagear Ayrton Senna, por considerá-lo um ícone de vitória, liderança e conquista, dando ao bairro seu nome.
Ayrton Senna, um bairro de vivências e andanças fluidas,cujos sujeitos marcados pelo ir e vir anseiam por melhores condições de vida e buscam um lugar do qual possam dizer legitimamente seu. Suas vivências e andanças são tão fluidas quanto o ciclo de águas que atinge a localidade, quando a água sobe, os moradores saem da localidade, quando as águas baixam,eles retornam a suas casas. Na fluidez das águas do rio Acre se constituem, ainda que parcialmente, as trajetórias de vida desses moradores.
A maioria dos moradores do bairro nasceu no município de Tarauacá, outra parte expressiva nasceu nos municípios de Rio Branco e Brasiléia. A migração de pessoas dos municípios para a Capital não se restringiu às décadas de 1970 e 1980, quando da chegada dos pecuaristas do Centro-Sul do Brasil, o que ocasionou a substituição da economia da borracha pela atividade agropecuária.Vários fatores contribuem para a continuidade do processo de migração dessas populações interioranas para Rio Branco, dentre eles podemos citar a busca de emprego, a perspectiva de estudo para os filhos, visando a qualificação profissional, bem como tratamento de saúde.
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